Acho extremamente desagradável quando sou obrigada a « participar » da conversa telefônica da pessoa que está meu ao lado no metrô, no trem, na sala de espera do médico, no cabeleireiro. Às vezes gostaria de ler, trabalhar ou não fazer nada, olhar as pessoas e a paisagem e de repente o som invade o espaço e me encontro “participando” de uma conversa que não me interessa.
A estatal francesa RATP, encarregada dos transportes urbanos, e a SNCF, que dirige o transporte ferroviário, lançam com frequência, campanhas educativas. Através de cartazes e caricaturas dos “falantes” estas empresas educam devagar a população criando regras do bom uso do espaço social.
Na Alemanha, a Deutsche Bahn prevê zonas de silêncio onde o menor barulho, a começar pelo telefone, é proibido. A SNCF francesa inventou os IDTGV com ambientes Zen. São passagens especiais e o cliente que deseja trabalhar ou dormir pode encontrar na escolha Zen uma certa tranquilidade.
Em alguns resturantes em Paris, os celulares são proibidos. Eu aplaudo a medida.
Em conversas de fim de noite com amigos brasileiros sobre este “problema”, eles me disseram que no Brasil é normal o telefone tocar nos cinemas, durante a projeção de filmes. Para quem não suporta nem o barulho do saquinho de pipoca, isto é o fim do mundo. Às vezes acabo achando graça destes meus incômodos, já sou uma francesa mau humorada.
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